Lembra a música que cantava “Dói...um tapinha não dói, um tapinha não dói”, que fez o maior sucesso quando foi lançada há uns anos atrás? A Turma do Plenarinho fala dela justamente pra dizer o contrário: um tapinha dói, sim! E pode ser também o começo de uma ação muito mais violenta. Pois é, galera, infelizmente milhares de crianças são agredidas todos os dias no Brasil. E mais, é dentro da própria casa que as crianças sofrem mais violência.
OS AGRESSORES _
O crescimento do número de crianças agredidas no Brasil tem causado muita preocupação. Sabe por quê? Porque são os próprios pais os agressores. Juntos, eles são responsáveis por mais da metade das 360 mil denúncias registradas em 12 Estados do Brasil. As mães lideram essa triste contagem da agressão com 26,2% das reclamações. Os pais ficam em segundo lugar, com 24% das acusações. Esses são os números de uma pesquisa realizada entre os dias 1° de janeiro de 1999 e 11 de abril de 2005 e divulgada pelo Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia).
* O QUE É SIPIA
Sipia é um sistema superimportante controlado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH). Com o Sipia, é possível identificar em que Estados do Brasil mais acontecem e quais os motivos das agressões contra a criança. O Sipia organiza as denúncias de agressão que são registradas nos Conselhos Tutelares, órgãos das prefeituras responsáveis pelo cumprimento dos direitos de todas as crianças.
TIPOS DE VIOLÊNCIA
Sabia que no dia 4 de junho comemora-se o Dia Mundial contra a Agressão Infantil? Uma
data muito importante, viu?! Dia de pensar por que tantas crianças continuam sendomaltratadas. Para poder pensar direitinho sobre o assunto e poder também evitar que crianças como você sofram agressão, é importante conhecer quais são os tipos de violência que existem. Porque não existe só a violência física, aquela que machuca o corpo, viu? Existem outras maneiras de agredir uma criança, que também são muito graves e não estão com nada!
A violência psicológica, por exemplo, é muito comum, sabia? Essa violência acontece por meio da palavra. São gritos, xingamentos, ameaças que podem ocorrer até na frente de outras pessoas. A criança que sofre esse tipo de agressão pode ficar doente, com depressão, perder a confiança e auto-estima, além de “morrer de vergonha”. Há também um outro tipo de violência, a sexual. Meninos e meninas sofrem muito com esse tipo de agressão. Às vezes, elas carregam esse sofrimento pelo resto da vida.
PARA COMBATER A AGRESSÃO_
Por conta dos números assustadores da violência contra a criança, saiba que já existem várias organizações trabalhando para prevenir e evitar que maus-tratos continuem acontecendo. O trabalho não é fácil porque muitas crianças vítimas de violência não têm coragem de contar que estão sendo agredidas. Além do medo que sentem de os adultos não acreditarem na história, têm também a vergonha e a dúvida sobre em quem podem confiar. Por isso, os adultos é que precisam estar de olhos bem abertos para perceber se uma criança está sofrendo agressões.
Entre as pessoas que estão trabalhando sério para que a violência contra a criança diminua, a Turma do Plenarinho encontrou o procurador Guilherme Zanina Schelb. Ele é responsável pelo programa "Proteger", que dá cursos em várias cidades do Brasil, treinando médicos, professores, policiais e outros profissionais relacionados com a questão da infância. O procurador quer que todos exerçam bem seus papéis e aprendam a perceber casos de agressão contra a criança.
PARCERIA IMPORTANTE_
Os médicos também são treinados pelo procurador Guilherme Zanina para prestar atenção às crianças atendidas.
Às vezes, elas aparecem com marcas
que são sinais de violência. Segundo Zanina, as doutoras e os doutores devem ficar muito atentos, pois assim, podem colaborar para evitar que mais crianças sofram violência.Como a escola é um lugar tão importante para a criança, o
Ministério da Educação (MEC) criou um projeto para treinar professores a identificar crianças e adolescentes vítimas de violência e exploração sexual. O projeto-piloto "Escola que Protege" foi lançado em 2005 nas cidades de Recife, Belém e Fortaleza. Essas cidades foram escolhidas por conta do grande número de crianças que são vítimas do turismo sexual. Se tudo der certo, o projeto deve ser ampliado para todo o Brasil. A Turma do Plenarinho torce por isso.
A intenção do procurador é transformar esses profissionais em "protetores das crianças", capazes de perceber e agir imediatamente caso identifiquem abuso por parte das famílias. Para criar essa rede de proteção, é preciso que a escola e a polícia trabalhem unidas. Afinal de contas, a escola é um lugar onde se tomam decisões que afetam um montão de alunos. Lá o professor pode evitar que os alunos sejam preconceituosos (intolerantes) ou que batam nos coleguinhas. O professor também pode perceber se um aluno está triste, se tem problemas. E se, por acaso, o problema do aluno for violência sofrida dentro de casa, a escola poderá conversar com a família ou com a própria polícia para resolver o problema.